A solidão é parte intrigante de minha
personalidade, uns veem como depressão, outros, menos trágicos, dizem que estou
apenas triste, os que me conhecem sabem que é um momento de reflexão. Preciso
da solidão para fazer tudo e para fazer nada. Preciso dela para tomar minhas
decisões, para guiar minha vida, para pensar em alguém, para pensar em um amigo
e para não pensar em ninguém. Preciso estar em mim para estar com os outros.
Há dias que não subo no palco, que prefiro
ser plateia, prefiro ser a companhia da solidão, pois sem ela não me ouço, não
me acalento, não volto inteira.
É nela que até hoje busco meu refúgio, meu
ponto de equilíbrio, é com ela que volto para dentro de mim e escuto minha
alma.
Engana-se quem vê apenas coisas ruins na
solidão. Foi nela que me reconstruí quando desmoronei, foi com ela que sentei e
chorei o meu maior choro. Foi ela que me escutou quando a dor não coube mais no
peito. Gritei, chorei como uma criança desesperada, sem rumo, sem chão e ela
ali, ao meu lado, vendo todo o mal que estava causando em mim mesma. Ela me
acolheu, me segurou no colo e sussurrou ao meu ouvido: levanta daí garota, sua
hora de desistir ainda não chegou.
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